29 de março de 2011

Vou me embora com Manoel Bandeira

Quero uma cidade tranqüila para morar.


Ainda existe algum exemplar?

Não quero mais o caos do transito de BH.

Quero poder ir para o trabalho caminhando ou no máximo pegar uma condução e chegar em 30 minutos.

Quero poder levar um pedaço de bolo na casa da vizinha.

Poder viajar e pedi para o vizinho dar uma olhadinha na minha casa.

Quero que todas possam saber da minha vida.

Ser identificada por qualquer um como a professora filha da Cida de do Vicente, neta do Pedro Simão e do Santinho, casada com o Déo, áquela que também é historiadora e socióloga e que também dá aulas na zona rural....

Quero encontrar com as mesmas pessoas nos finais de semana.

Ser sócia do clube da cidade.

Tomar sorvete e cerveja na praça da cidade.

Andar à cavalo quando me apetecer.

Ter uma horta e uma orquídea.

Quero ter um cão amigo.

Tomar banho de cachoeira sem precisar viajar kilômetros.

Tomar banho de mar sem precisar viajar dias.

Quero ter uma conta na mercearia e outra no boteco da esquina.

Quero decorar as ruas com serragem para a semana santa.

Quero ter que viajar para ir ao shopping.

Quero poder andar de moto sem ter medo que uma carreta ou um ônibus coletivo passe por cima de mim.

Quero poder secar as minhas roupas ao ar livre.

Quero ter tempo para ter um filho e escrever um livro.

Quero ter uma árvore e nela pendurar um balanço.

Quero tomar suco de maracujá na minha varanda.

Quero poder atravessar a rua sem ter que correr para o carro acelerado não me atropelar.

Quero poder chamar meu médico pelo nome e oferecer a sua família um jantar.

Quero que meu filho possa conviver com seus padrinhos.

Quero saber o nome dos vizinhos.

Quero dormir de janela aberta.

Quero participar de almoços de casamento e batizados.

Quero estar na beira do campo torcendo para que meu marido faça um golaço.

Quero juntar os pratos de comida da vizinhança e fazer um grande almoço de domingo.

Quero a tranqüilidade que há muito me foi roubada.

Quero a sorte de um lugar pequeno, sem transito, sem lonjuras, sem chateações.

Senhor Deus, é possível me conceder os benefícios da modernidade com a tranqüilidade de tempos remotos? Amém.
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Vou-me Embora pra Pasárgada

Manuel Bandeira



Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei

Vou-me embora pra Pasárgada

Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconseqüente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive

E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d'água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar

Vou-me embora pra Pasárgada
Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção



Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar

E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
Lá sou amigo do rei.
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada.




em Santa Catarina já me agradaria...


22 de março de 2011

Pecado Capital

Fui pega pela preguiça. E devo respeitá-la.

Vou ali tirar uma soneca e quem sabe o bicho da movimetação e agilidade, vontade de trabalhar, vontade de arrumar a casa e muita vontade de estudar, me morda durante o sono.

19 de março de 2011

keilisses

Poucas coisas me deixam mais chateadas do que quebrar objetos. Ainda mais quando é a taça que maridão ganhou de sua sogrona para beber uma lata de cerveja gelada.

Puta da vida.


era vidro fininho e se quebrou
Pra piorar a garrafa de wisk acabou. quando não pode piorar... piora.

18 de março de 2011

Povão

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Nessa semana peguei o metrô na estação final. Estava com jeito de chuva e paguei pau pra moto.


Enfim, a estação Vilarinho estava lotada as 06 e poucas da madrugada. Percebi que o metrô já chegava à estação final com 60% dos assentos ocupados. Pensei com meus livros: êita povo preguiçoso! Preferem pegar o metrô mais cedo, uma, duas estações antes só para irem sentados.

Antes fosse. Estudei alguns corpos e semblantes e conclui: o povo já sai cansado para trabalhar, e muitas vez o caminho casa x trabalho x casa é mais cansativo que o próprio ofício. A maioria eram mulheres... arrimos de família.

Retirei o que pensei. O brasileiro não e preguiçoso. O brasileiro é refém do transporte público imprestável, do salário medíocre e de seus próprios sonhos e mazelas.

Sonhação

Sonho todos os dias. Sonhos lindos. Sonhos impossíveis. Sonhos confusos. Sonhos ruins.


Meu sono é movimentado. Penso enquanto durmo. Acordo cansada.

Odeio sonhar com percas. Prefiro os ganhos...

O sonho de hoje não foi nada bom. Acordei como em filmes: em lágrimas.
Não vou contá-lo, pois dizem que as nossas palavras têm poder.

Hoje prefiro a insônia.



Vaidade

Sonho que sou a poetisa eleita,
Aquela que diz tudo e tudo sabe,
Que tem a inspiração pura e perfeita,
Que reúne num verso a imensidade!

Sonho que um verso meu tem claridade
Para encher todo o mundo! E que deleita
Mesmo aqueles que morrem de saudade!
Mesmo os de alma profunda e insatisfeita!

Sonho que sou alguém cá neste mundo…
Aquela de saber vasto e profundo,
Aos pés de quem a Terra anda curvada!

E quando mais no céu vou sonhando,
E quando mais no alto ando voando,
Acordo do meu sonho… E não sou nada!
(Florbela Espanca)

Solidão que nada

Sábado = marido no trabalho = eu e minhas coisas


jarra portuga e Sagrada Família

meus livros
livros e fotos da família
Eduardo Bueno e meus bois
índias de Coroa Vermelha
espelho de mosaico feito por morador de rua
deveriam ser cristais
espelhos e adesivos

olho grego


formiginhas de Tiradentes

artesanato
paz
ação
álcool é importante

a leveza dos passáros
álcool é veramente importante

relaxar faz parte
 
saúde
 



"Solidão é lava - Que cobre tudo

Amargura em minha boca

Sorri seus dentes de chumbo...

Solidão, palavra - Cavada no coração

Resignado e mudo

No compasso da desilusão...

Viu! Desilusão, desilusão
Danço eu, dança você, Na dança da solidão..."

(Marisa Monte)

17 de março de 2011

Proteção





Diz a boa língua que esses gatinhos chineses protegem o matrimônio e trazem prosperidade. Proteção nunca é demais em tempos difíceis e de olhos enormes...


16 de março de 2011

Durma sem esse barulho

Resolvi seguir os conselhos dos comentaristas: como não tenho MP3 a solução mais em conta foi a compra dos protetores auditivos.

Além de me proteger da musicalidade da vizinhança, de quebra me poupa do ronco de maridovix.

Sim. Marido é perfeito, mas ronca.

15 de março de 2011

Era uma casa

Era uma casa muito engraçada
Não tinha porta
não tinha nada...



vai ficar lindona

A reforma da casa de pai e mãe está de vento e polpa. E de sem porta e sem janelas.

Águas de Março

O sol não quer aparecer por aqui.

Corro o risco de mofar.


Na minha casinha "joinvilense"

Orgulho


Não precisa nem dizer o quanto estou orgulhosa e o quanto já me emocionei em lágrimas e felicidade com o convite de formatura de meu maridão...


E de quebra orgulhosa de Cristiano, Marcelinho, Fred, Reginaldo, Eli...

Licença para declarações escancaradas de amor: Marido, vc é meu tudo, meu maior presente, meu maior orgulho. Amor.


Keila sou eu!


Panela de Barro

Costelinha de porco


Você faz assim, tempera com horas de antecedência a costelinha de porco no olhômetro com alho e sal, ervas proibidas como salsinha, manjericão e orégano desidratado, vinagre de cana e um pouquinho de Sazon.

Depois deita as costelinhas na panela de barro untada com azeite. Tenha paciência para ela ficar bem fritinha e com essa cor lindona.

Depois você retira a costelinha, deixando-as em papel tolha para enxugar um pouco da gordura. Na mesma panela, sem lavar, coloca um pouco de colorau, porque cor é importante e o quiabo picado fino, porém não transparentes. Meche de vez em quando para na grudar e retirar a baba. Na panela de barro o processo de “desbabar” o quiabo é rápido.

Um vez “desbabado”, colocamos a costelinha, tomamos uma taça de vinha e viramos água quente na panela com umas folhinhas de louro. Deixamos a panela semi-aberta e cozinhamos até o quiabo ficar quase macio. Quase porque na panela de barro o bicho continua pegando, a panela continua a cozer.



o preparo - clica na foto que ela aprece gigante!
 Não tirei a foto do prato porque esqueci e a fome era tamanha.

Porque às vezes só a cozinha me salva.

11 de março de 2011

Sim, eu ando de moto

Ontem andei de moto. SOZINHA. Coisa excepcional? Sim, para essa pessoa que vos tecla.


Tirei a minha carteira como vocês podem conferir nos arquivos, há mais de 1 ano. Ganhei uma moto Kansas lindona de maridão de presente surpresa do natal de 2009, fui lá peguei 8 aulas, tirei a carteira e na hora de andar sozinha travei! (tirei carteira em junho de 2010).

Moto é uma “parada” que se aprende mais sozinha no dia-a-dia do trânsito do que em pistas de moto escolas. Lá você aprende a andar à 20 km/hora e só anda de primeira. Marcha? Isso não pertence a filosofia de aprendizado das moto escolas. Ou seja, vc aprende o equilíbrio e o controle de embreagem, o resto se vira!

Pois bem, pensei que com a carteira e moto- zero- preta- linda sairia pilotando pelo transito de BH linda, loira e japonesa. Doce ilusão feminina.

Subi as machas direitinho, equilíbrio de prima qualidade, mas quando resolvi baixar a macha da terceira para a primeira: a macha caiu de uma vez, a roda travou e eu saí derrapando. Como uma motoqueira puxei a embreagem, freio e meti o pé no chão. Não levei o tombo esperado. Porém nunca mais fui a mesma. Minha coragem e vontade minaram. O peso na consciência veio, pois me senti ingrata com meu esposo. Um presente tão bacana e útil gerando gastos e empoeirando na garagem e a louca arrependida andando de ônibus.

Um belo dia de domingo, nas ruas desertas de Joinvile, demos de cara com uma moto, no estilo ‘motoneta-italiana’. Foi amor a primeira vista. Tudo que eu queria: sem machas!

Maridão comovido e com certeza cansado de me ver reclamar da vida dentro de um ônibus, sugeriu que eu vendesse a Kansas e comprasse a tal  scooter Lead da Honda.



E assim foi feito. Moto nova, carteira renovada, chuva dando uma trégua e ontem eu fui toda independente andar de moto. Andei de verdade: sem medo, com cuidado e prudência e sem neuras. Sentir a sensação de liberdade não me teve preço.

Pensei com meu capacete: como o medo pode travar tanto a vida de una persona.





Solicitação: invoquem seus santos, Deuses, Deus e seus anjos, a força da natureza, os orixás e patuás para que eles possam me proteger nesse trânsito louco, pois como bem sabemos se eu cair de moto o mal menor será vários ralados de asfalto no corpitcho, que só se curam com mertiolate passado à brocha.

8 de março de 2011

Dia Da Mulherada

Acho que minha professora traduziu muito bem no texto abaixo, a angústia de muitas mulheres. Às vezes , eu mesma, sinto-me julgada e oprimida por ter as minhas “coisinhas de mulher”. Se me sinto triste ou magoada, me intitulam de depressiva. Se estiver cansada ou entediada, sou registrada como supérflua, caso queira assistir à filmes dramáticos ou românticos e um cafuné ou ler revistas de moda e de “como ter um corpo saudável e belo” ganho o nome de menina mimada.

Se não quero arrumar a casa, se não estou a fim de passar àquela camisa “mexe e amassa”, sou chamada de preguiçosa. Se faço de um tudo dentro de uma casa: lavar, faxinar, cozinhar e cuidar das cuecas do marido gritam que sou Amélia. Se não quero ter filhos agora, sou prepotente e não merecedora das graças Divinas.


Será, que ninguém (aqui incluo não somente os homens mas também um grande número de mulheres) entende que também temos nossas fraquezas? Será que por querermos um pouco de atenção somos realmente egoísta?

Cansei de ser feminista. Quero apenas ser Mulher.



No equilíbrio, entre salto alto e a gravata



Nem é preciso sair à rua vemos que as mulheres têm conquistado grande espaço no trabalho e em toda a vida social. Há juízas, médicas até aviadoras, cada vez mais são chefes das próprias famílias e algumas vão até sozinhas para a balada.


Passamos décadas lutando por espaço, reconhecimento e direitos. Aprendemos as ferramentas para conquistar um lugar neste mundo: o estudo mostrou-se a melhor delas. No entanto, o mundo é masculino, suas formas de saber e de poder, seja no trabalho, na escola, na política ou na igreja, respondem a uma linguagem desse gênero. A emotividade e a intuição passaram séculos hibernando desqualificadas, apenas recentemente se reconheceu a existência de uma “inteligência emocional”. Atributos do feminino foram historicamente associados à futilidade, à perfumaria, quando não motivos de piadas ou usados para vender cerveja. Quando a mulher se zanga é porque está com TPM, se dirige mal deve voltar a pilotar seu fogão, se foi promovida, dormiu com o chefe... é cansativo precisar a todo momento provar o seu valor!


Buscando uma aura de seriedade e fugindo do estigma, a mulher acabou adotando uma postura masculina, em suas ações, trejeitos e até nas roupas. Incorporamos não apenas o terno (quando não a gravata), mas também os valores. Chorar, hoje, também é feio para a mulher.


O que seria um jeito “mulher” de ver e de experimentar o mundo? Penso que ele busca aliar os saberes aprendidos aos saberes do gênero. Salto alto e autoridade, suavidade e decisão, nutrição, criatividade e ousadia, intuição e racionalidade, inteligência e alegria.


O desafio para o século XXI é recuperarmos o jeito feminino de estar no mundo e o reconhecimento que ele merece e assim caminharmos lado a lado com os homens, cada qual com a sua dor e sua delicia. O mundo tem a ganhar com isso.


(pro. Dra Verónica Aravena Cortes)

7 de março de 2011

Camaleoa

Rapte-me, Camaleoa


Rapte-me camaleoa
Adapte-me a uma cama boa
Capte-me uma mensagem à toa
De um quasar pulsando lôa
Interestelar canoa...

Leitos perfeitos
Seus peitos direitos
Me olham assim
Fino menino me inclino
Pro lado do sim...
Rapte-me
Me adapte-me
Me capte-me
It's up to me
Coração
Ser querer ser
Merecer ser
Um camaleão...

Rapte-me camaleoa
Adapte-me ao seu
Ne me quitte pas...

(Caetano Veloso)

Carnaval em casa - parte 3

"skois"
Sempre fui uma pessoa que gostou de carnaval. Até certa idade gostava de ir para as cidades históricas, como Ouro Preto e Sabará, atrás dos blocos caricatos. Virava as noites e brincava muito.


Depois, após os 23 anos, o carnaval de rua já não me era tão necessário. Bastava-me estar em um sítio na companhia dos amigos, “calangueando” no sol, bebendo muita cerveja, ouvindo boa música e dando muita risada. Aliás, foi numa dessas que conheci meu marido.

Hoje a vida me levou por outros caminhos. O carnaval já não me pertence mais. O trabalho do maridão não permite que ele tenha feriados regulares como eu e muita gente. O primeiro ano sem viajar foi tranqüilo, pois fizemos na companhia de meus pais, irmãos e um casal amigo, churrasco e cervejada todos os dias. No outro ano foi complicado: ficamos em BH e fiquei para morrer. Nos anos subseqüentes também fiquei chateada: carnaval para mim sempre foi sinônimo de viagem, diversão e cerveja.

Esse ano, penso que cresci. Sinto-me confortável em meu lar. Sinto-me confortável em minha própria pele.

Resolvi vestir a fantasia de sujinha e não estou nem um pouco estressada com a casa que clama por uma faxina.

Também vesti a fantasia de econômica e não vou gastar nada nesse carnaval. Nem com minhas gostosas cervejas.

Fantasio-me pelo resto de meus dias de OTIMISTA, que faz de seu dias quietos, de suas frustrações e de
suas reflexões uma oportunidade para se tornar uma pessoa mais leve e mais feliz.

E o universo conspira a meu favor: ainda chove e ainda estou gripada. Tudo que meu corpo pede é cama. Tudo que minha mente pede é uma boa leitura. Tudo que tenho é a minha perseverança.

O carnaval acontece dentro de mim.

6 de março de 2011

Carnaval em casa - parte 2

google imagens
Chuva em BH: bom, já que estava um calor dos infernos.

Eu com gripe: péssimo, já que minha cabeça explode, meu nariz arde e evito o uso de medicamentos.

Sem dinheiro: nem sei.

5 de março de 2011

Carnaval em casa - parte 1

Posso ser presa.


Pior do que ficar o feriadão do Carnaval em casa, (no meu caso só retorno ao trabalho no dia 14 de março), é ouvir a vizinhança tão dura quanto eu ouvindo em alto e bom som um maldito grupo funk chamado Bonde da Oskley.
google imagens  - o tal bonde da oskley e suas fãs

Alguém teria tampões para os ouvidos? Corro o risco de trucidar a vizinhança....