"skois" |
Depois, após os 23 anos, o carnaval de rua já não me era tão necessário. Bastava-me estar em um sítio na companhia dos amigos, “calangueando” no sol, bebendo muita cerveja, ouvindo boa música e dando muita risada. Aliás, foi numa dessas que conheci meu marido.
Hoje a vida me levou por outros caminhos. O carnaval já não me pertence mais. O trabalho do maridão não permite que ele tenha feriados regulares como eu e muita gente. O primeiro ano sem viajar foi tranqüilo, pois fizemos na companhia de meus pais, irmãos e um casal amigo, churrasco e cervejada todos os dias. No outro ano foi complicado: ficamos em BH e fiquei para morrer. Nos anos subseqüentes também fiquei chateada: carnaval para mim sempre foi sinônimo de viagem, diversão e cerveja.
Esse ano, penso que cresci. Sinto-me confortável em meu lar. Sinto-me confortável em minha própria pele.
Resolvi vestir a fantasia de sujinha e não estou nem um pouco estressada com a casa que clama por uma faxina.
Também vesti a fantasia de econômica e não vou gastar nada nesse carnaval. Nem com minhas gostosas cervejas.
Fantasio-me pelo resto de meus dias de OTIMISTA, que faz de seu dias quietos, de suas frustrações e de
suas reflexões uma oportunidade para se tornar uma pessoa mais leve e mais feliz.
E o universo conspira a meu favor: ainda chove e ainda estou gripada. Tudo que meu corpo pede é cama. Tudo que minha mente pede é uma boa leitura. Tudo que tenho é a minha perseverança.
O carnaval acontece dentro de mim.
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