Se não quero arrumar a casa, se não estou a fim de passar àquela camisa “mexe e amassa”, sou chamada de preguiçosa. Se faço de um tudo dentro de uma casa: lavar, faxinar, cozinhar e cuidar das cuecas do marido gritam que sou Amélia. Se não quero ter filhos agora, sou prepotente e não merecedora das graças Divinas.
Será, que ninguém (aqui incluo não somente os homens mas também um grande número de mulheres) entende que também temos nossas fraquezas? Será que por querermos um pouco de atenção somos realmente egoísta?
Cansei de ser feminista. Quero apenas ser Mulher.
No equilíbrio, entre salto alto e a gravata
Nem é preciso sair à rua vemos que as mulheres têm conquistado grande espaço no trabalho e em toda a vida social. Há juízas, médicas até aviadoras, cada vez mais são chefes das próprias famílias e algumas vão até sozinhas para a balada.
Passamos décadas lutando por espaço, reconhecimento e direitos. Aprendemos as ferramentas para conquistar um lugar neste mundo: o estudo mostrou-se a melhor delas. No entanto, o mundo é masculino, suas formas de saber e de poder, seja no trabalho, na escola, na política ou na igreja, respondem a uma linguagem desse gênero. A emotividade e a intuição passaram séculos hibernando desqualificadas, apenas recentemente se reconheceu a existência de uma “inteligência emocional”. Atributos do feminino foram historicamente associados à futilidade, à perfumaria, quando não motivos de piadas ou usados para vender cerveja. Quando a mulher se zanga é porque está com TPM, se dirige mal deve voltar a pilotar seu fogão, se foi promovida, dormiu com o chefe... é cansativo precisar a todo momento provar o seu valor!
Buscando uma aura de seriedade e fugindo do estigma, a mulher acabou adotando uma postura masculina, em suas ações, trejeitos e até nas roupas. Incorporamos não apenas o terno (quando não a gravata), mas também os valores. Chorar, hoje, também é feio para a mulher.
O que seria um jeito “mulher” de ver e de experimentar o mundo? Penso que ele busca aliar os saberes aprendidos aos saberes do gênero. Salto alto e autoridade, suavidade e decisão, nutrição, criatividade e ousadia, intuição e racionalidade, inteligência e alegria.
O desafio para o século XXI é recuperarmos o jeito feminino de estar no mundo e o reconhecimento que ele merece e assim caminharmos lado a lado com os homens, cada qual com a sua dor e sua delicia. O mundo tem a ganhar com isso.
(pro. Dra Verónica Aravena Cortes)
5 comentários:
Seu post foi o melhor que li hoje sobre esse idiota dia da mulher!
Arranjam um monte de defeitos ou adjetivos pejorativos para cada atitude nossa, aí vem no dia 8 de março parabenizar a gente pelo que? Por sermos, fúteis, preguiçosas, piriguetes e outras tantas idiotices?
Ai que vontade de fazer um post.. Acho que não vou aguentar... ahaha
Beijocas!
Essa é uma imagem autêntica de uma pessoa que só quer "ser ela mesma". Achei simples e encantadora.
Keila:
Obrigado pela visita e pelo comentário tão..."pertinente"!...
Comigo, SIM, as lembranças me acompanham. TODAS!...
Quero-te parabenizar pelo "Dia da Mulherada" porque... "é isso" MESMO...!!! Rsrs...
Abração.
Volta sempre.
A.Rui as alone
O melhor de tudo hoje é podermos escolher e mandar às favas as opiniões de quem não sabe o que sentimos e pensamos e tampouco se importa com isso. sejamos nós mesmas"
Sei que o dia da mulher é todos os dias, assim como o dia das mães, dos pais, etc... Mas sei, também, da importância de enfatizar isso. Sonho com o dia em que nao seja mais necessário.
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