1 de novembro de 2010

Meninos eu vi


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 Sem a intenção de discutir política, o certo ou errado, que um candidato era a pinga e o outro a cachaça, posto hoje com imensa alegria e emoção por termos eleito a primeira mulher presidente do Brasil. Que ela governe para todos, com dignidade, honestidade e humildade.


Hoje pego emprestadas as palavras dos poetas, no caso Chico Buarque, para desenhar nessa tela, que é muda e cega, o orgulho que sinto por participar desse fato histórico. Se será bom para o Brasil? Veremos...

"Sonhar
Mais um sonho impossível
Lutar
Quando é fácil ceder
Vencer o inimigo invencível
Negar quando a regra é vender
Sofrer a tortura implacável
Romper a incabível prisão
Voar num limite improvável
Tocar o inacessível chão
É minha lei, é minha questão
Virar esse mundo
Cravar esse chão
Não me importa saber
Se é terrível demais
Quantas guerras terei que vencer
Por um pouco de paz
E amanhã, se esse chão que eu beijei
For meu leito e perdão
Vou saber que valeu delirar
E morrer de paixão
E assim, seja lá como for
Vai ter fim a infinita aflição
E o mundo vai ver uma flor
Brotar do impossível chão"


Abaixo texto retirado daqui, que faz muito sentido para àqueles que sentiram na pele a penúria da miséria e esquecimento.
"Bom, gente... desculpem, mas vou contar uma história... enquanto uma transeunte pelos sertões deste país, ouvindo e contando histórias...Quando fui a primeira vez há 10 anos, em uma comunidade quilombola onde moravam 5 mil pessoas... eles tinham uma escola caindo aos pedaços... e a professora bebia tanto que não ia. Eu então fiquei lá sete meses... tentando cumprir algum papel por aquela gente. Quantas crianças morreram de catapora nestes meses...

Desde então, volto lá ano a ano. Já são 32 escolas, todas de alvenaria, professores qualificados concursados, material didático específico para a cultura quilombola. Agentes de saúde, ambulância em cada uma dos 32 povoados que constituem a comunidade. Tudo começou com a Bolsa Família, é verdade. Medida emergencial. A partir daí, veio o Luz pra Todos, vieram as capacitações para formação de cooperativas, vieram as formações de gestão para que o doce de buriti, o licor de babaçu, a farinha de mandioca... se transformassem em renda.


O Juraci, agente de saúde, me disse ano passado que não precisa mais da bolsa família. Conseguiu terminar o segundo grau (com ônibus gratuito que o levava e buscava todos à noite) e entrou na faculdade de enfermagem pelo Pro-Uni. Quando eu o conheci, ele não sabia ler nem escrever. Trabalhava na drenagem de areia (agora proibido de entrar nos rios da comunidade), ganhando 02 reais por dia.


Enfim... pra mim, nestes últimos 8 anos... além da redução da pobreza, promoveu-se a inclusão de milhares de brasileiros, geração de renda e de emprego, cresceu a auto-estima do brasileiro. Como a construção é humana e, por isso mesmo, imperfeita, e como ela é erguida sobre um passado que nao se pode apagar antes de recomeçar, não é dificil perceber que muitos erros continuam sendo cometidos, alguns erros novos e outros antigos que ainda nao se conseguiu mudar. Mas, acima disso acredito que estão os ideais de gente do bem, que mata um leão por dia pra que as coisas avancem, pra que as pessoas mais humildes tenham acesso a tudo aquilo que lhes é negado em um economia controlada totalmente pelo mercado, como a nossa."

*Aline Cântia é conselheira do Imersão Latina. Jornalista, mestre em Literatura e contadora de histórias. Foi uma das contempladas com Prêmio Funarte de Circulação Literária este ano.

5 comentários:

Lara Mello disse...

Espero ter feito a coisa certa msm..Bju!

Lara Mello disse...

Já somos amigas de infância então..kkkk Bju!

Keila disse...

Lara, querida amiga de infância, espero realmente ter feito a coisa bem certa.
bjs

carla disse...

Keila assino em baixo em tudo que vc disse do governo atual, e com certeza fizemos a coisa certa, ela vai apenas continuar o que o ATUAL começou, fora o orgulho de ser uma mulher,sem paavras beijossss.

Keila disse...

é issso Carla,e que os Anjo digam amém. bju